quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Desejos para o Ano Novo

Desejo continuar tendo a indescritível felicidade de poder ser mãe de dois seres tão íncriveis que revolucionaram a minha vida, que despertaram em mim a vontade de ser uma pessoa melhor, que renovaram lições de amor, respeito e paciência, que me fizeram voltar a acreditar em um mundo mais simples e mais bonito, que me ajudaram a provar que fazer o correto é difícil, mas que o resultado é compensador, que me mostraram o verdadeiro sentido da vida: a doação.


Desejo continuar vivendo, amando, cuidando, educando, aprendendo, brincando, observando, conversando, contando histórias, cantando, rindo, gargalhando, enlouquecendo, agradecendo pelos momentos de fantasia, pelo carinho, pela confiança, por toda essa grande diversão que é ser criança.

Desejo, principalmente, continuar ao lado do meu grande amor e companheiro incansável, que abraça meus sonhos e os torna realidade.

Infância Veg - o que você precisa saber para criar os pequenos cheios de saúde

por Jaqueline B. Ramos*

Sou vegetariano convicto e tive um filho. O que fazer em relação a sua alimentação? Uma criança pode adotar uma dieta sem carne sem comprometer seu desenvolvimento? Meu filho será discriminado pelos amiguinhos pelo fato de ser vegetariano?

“Mamãe, eu quero brócolis”. Esta é a frase dos sonhos de todas as mães que se preocupam em propiciar aos filhos uma alimentação saudável, principalmente das vegetarianas. Para estas, uma alimentação saudável não é só sinônimo de variedade e alimentos de qualidade, mas também de uma dieta sem carnes ou produtos de origem animal, no caso das veganas. E aí é inevitável que surjam as dúvidas e as críticas - “você não pode privar o seu filho do prazer da carne!” é uma das frases mais manjadas. E o melhor caminho para lidar com tudo isso e criar pequenos vegetarianos com tranqüilidade e segurança é sempre o da informação.

Noventa e nove por cento das preocupações de pais vegetarianos que pretendem que os pequenos tenham uma dieta sem carne são sanadas com a boa notícia de que a dieta vegetariana é sim adequada para crianças. A afirmação de que a falta de carne compromete o crescimento é um mito, de acordo com a própria comunidade científica. Em 2009, a American Dietetic Association publicou oficialmente que “a dieta vegetariana adequadamente planejada, incluindo a dieta vegana, é saudável, nutricionalmente adequada, e pode trazer benefícios na prevenção e tratamento de certas doenças. É adequada para todos os indivíduos em todos os ciclos da vida, incluindo a gestação, lactação, infância e adolescência, e para atletas”.

“A dieta vegetariana não compromete o desenvolvimento da criança. Centenas de artigos científicos já analisaram o tema e varias evidências já foram acumuladas nas duas últimas décadas. Estudos de crianças com dietas vegetarianas adequadas mostram que na adolescência as crianças vegetarianas são mais altas, têm menor tendência ao excesso de peso do que a população em geral e menos risco de doenças cardíacas e de diabetes tipo 2”, explica Dr. Orlei Ribeiro de Araújo, médico pediatra responsável pela enfermaria de pediatria do Hospital Cruz Azul, em São Paulo, com experiência no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de crianças alimentadas sem carne.

Dr. Orlei ressalta que o hábito de comer carne é puramente cultural, sem nenhum benefício nutricional que possa ser sustentado cientificamente hoje em dia. Segundo o pediatra, a criança acostuma-se facilmente a uma alimentação sem carne e mesmo pais onívoros deveriam fazer a experiência. No entanto, o pediatra ressalta: é muito importante buscar orientação profissional para a elaboração e acompanhamento da dieta. “O maior desafio é encontrar profissionais que não torçam o nariz ao vegetarianismo, mesmo sabendo que estão completamente defasados. Felizmente hoje existe muito material de qualidade disponível na internet e recomendo a leitura freqüente para a compreensão do que é uma dieta adequada.”

Calorias e suplementação: A orientação de um profissional especializado – nutricionista ou nutrólogo – esclarece muitas dúvidas e dá muito mais segurança para os pais na hora de elaborar a dieta sem carne para os pequenos. Uma das principais questões que os pais devem ficar atentos é que ser vegetariano não significa comer somente “folhas”. “Deve-se ter clara a ideia de que verduras e legumes fazem parte da dieta, mas não são a base. Isso é muito importante para crianças pequenas, que se receberem muitas verduras e legumes e menos cereais e feijões terão baixa caloria ingerida, e isso compromete o crescimento”, alerta Dr. Eric Slywitch, médico nutrólogo especializado em alimentação sem carne.

Em relação a calorias, não é verdade a informação de que dietas vegetarianas para crianças devem ser necessariamente mais calóricas por conta da dificuldade maior de digestão de proteínas vegetais. Na verdade não existe dificuldade de digestão de proteínas, apenas a variedade de aminoácidos é menor nos vegetais, o que faz necessária a combinação inteligente de várias fontes para se obter todos.

Segundo Dr. Eric, equilibrando os grupos alimentares, os nutrientes costumam ficar bem ajustados. Ele também ressalta que é importante ficar atento ao consumo excessivo de fibras, que pode gerar uma maior saciedade na criança e, conseqüentemente, levar à ingestão de menos alimentos. “Mas com um bom acompanhamento de um profissional da área, não há razão para ter medo da dieta vegetariana. Só é necessário de muita paciência para agüentar o desespero de alguns familiares”, brinca o nutrólogo.

Em relação à suplementação, a de vitamina B12 é indicada para todas as crianças vegetarianas. As demais suplementações são aquelas comuns a todas as crianças pequenas – vitaminas A e D e ferro – e qualquer necessidade extra deve ser avaliada individualmente, de acordo com o tipo de vegetarianismo adotado, a ingestão alimentar habitual e as condições clínicas da criança.

“Vale ressaltar que os suplementos nutricionais devem ser prescritos por um profissional da área de nutrição com conhecimento e experiência no atendimento de crianças e adolescentes vegetarianos”, frisa Ana Paula Pacífico Homem, nutricionista especialista em nutrição materno-infantil que atende crianças e adolescentes vegetarianos em consultório particular e ambulatório institucional em Belo Horizonte.

A nutricionista esclarece um dos maiores mitos que ronda a dieta vegetariana: a falta de proteínas. Ela reitera que uma alimentação vegetariana adequada, com cereais integrais, leguminosas variadas e sementes oleaginosas, fornece quantidade mais do que suficiente do nutriente.
“Os pais não podem esquecer que a consistência da alimentação e a forma de preparo precisam ser adaptadas à idade da criança. No caso de bebês, os feijões e as frutas devem ser muito bem amassados e os sucos, coados. Os cereais integrais precisam ser muito bem cozidos e peneirados, para reduzir o teor de fibras na fase inicial de introdução de alimentos. Uma semente de amêndoa, por exemplo, pode ser introduzida na forma de farinha, adicionada a uma fruta”, afirma Ana Paula.

O desmame é o período mais vulnerável para a criança vegetariana e a introdução de alimentos deve ser idealmente acompanhada por um profissional com experiência em dietas vegetarianas. Segundo a nutricionista, é fundamental garantir as fontes alimentares de ferro, cálcio e zinco (folhas verdes escuras, feijões, sementes oleaginosas ) e “gorduras boas” (abacate, óleo de oliva). “Outro nutriente muito importante é o ômega-3, um tipo de lipídeo essencial para o cérebro em crescimento da criança. Sua principal fonte no reino vegetal é o óleo de linhaça”, diz.

Exemplo, exemplo e exemplo: Esclarecida a parte científica, os pais vegetarianos podem ainda ter outra preocupação em relação à alimentação sem carne dos filhos: numa sociedade ainda predominantemente onívora, como vou acostumar e explicar o vegetarianismo para o meu filho. Uma criança vegetariana pode vir a sofrer algum tipo de preconceito, ou até exclusão social?
Primeiramente é preciso reforçar uma das máximas mais fortes quando o assunto é educação, inclusive a alimentar. A criança aprende muito mais pelo exemplo do que pelas palavras. Ou seja, o hábito de uma alimentação vegetariana saudável em casa será o maior espelho da criança. “Os pais vegetarianos devem fornecer uma alimentação coerente com seus princípios dentro de casa, esclarecer as questões que venham a surgir sobre o assunto com clareza e sinceridade e acreditar que estão plantando boas sementes”, aconselha Ana Paula. “Mais cedo ou mais tarde a criança ou adolescente confrontará os valores que recebeu da família com aqueles que recebeu da sociedade e fará uma opção madura e consciente”.

“Não vejo nenhum problema de pais vegetarianos criarem seus filhos com a mesma dieta. Conheço famílias que criaram seus filhos com vegetarianismo e nunca evidenciei nenhum problema psicológico decorrente disso. Em termos de socialização, vejo menos problema numa criança vegetariana do que numa criança, por exemplo, que tem intolerância a glúten ou alergia a leite”, afirma a psicóloga Teresa Ferreira, que atende no Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A psicóloga ressalta que é importante que os pais agrupem-se com outros que seguem a mesma filosofia, para que seus filhos, em algum momento, se encontrem com seus pares e vejam que há outras pessoas que fazem o mesmo. “Dessa forma eles se darão conta que não são os diferentes, só em alguns momentos é que são diferentes. Além disso, é imprescindível que os pais comam o que querem que os filhos comam, dando o exemplo e oferecendo o alimento de diferentes formas e em diferentes momentos.” Teresa não vê o oferecimento de alimentação vegetariana para as crianças como uma imposição ou coerção. “É natural e até uma obrigação dos pais passarem seus valores para os filhos. Quanto mais claros esses valores estão para os pais, mais fácil será para os filhos entenderem.”

Papinha sem carne: Alguns exemplos de pequenos vegetarianos demonstram que a alimentação sem carne pode realmente ser encarada de forma muito natural pela criança, não lhe trazendo nenhum desconforto. “Eu sempre fui vegetariano e explico para os meus amigos que desde que era pequeno já não gostava de comer carne. Quando minha avó me dava papinha com carne, eu cuspia tudo. Também falo para eles pensarem muito bem nos animais”, diz Pedro Schuwenck, de 9 anos, quando questionado sobre o que explica para seus amigos onívoros quando lhe perguntam por que não come carne.

Pedro, sua mãe, a publicitária Paula, e seus avós maternos, todos vegetarianos, lançaram em maio desse ano em São Paulo o blog “Vegetariano come o quê?”, cujo objetivo é apresentar receitas que respondam justamente a este pergunta. O diferencial é que as receitas são apresentadas em vídeos e pela família, o que, segundo Paula, chama muito a atenção das pessoas.

Paula é vegana há oito anos e fez a opção pelo vegetarianismo na gravidez. Ela conta que Pedro se mostrou vegetariano desde que começou a comer as papinhas. “Ele sempre rejeitou papinhas com carne. Quando substituía por uma de vegetais ele comia tudo. Procurei um médico nutrólogo especializado em dieta vegetariana que nos orienta até hoje”, conta Paula, ressaltando que Pedro sempre teve crescimento acima da média e nunca existiu problema de socialização com os amiguinhos. “Pelo contrário, ele tem muitos amigos e quando eles vêm na nossa casa, adoram comer nossos bolos e lanches veganos”.

Como Pedro acabou fazendo sua escolha bem cedo, Paula nunca teve dificuldade para montar sua alimentação. E como principal dica para pais vegetarianos que pretendem criar pequenos vegetarianos, ela diz que o segredo é introduzir a variedade dos vegetais na alimentação das crianças. “Quanto mais elas conhecerem os sabores e a infinidade de opções que têm para comer e sentir prazer, se deliciar, mais fácil será que elas gostem e se orgulhem de serem vegetarianas. Além disso, sempre conversar muito sobre os direitos dos animais e como é importante para o planeta que elas sejam vegetarianas.” E completa: “As crianças são esponjinhas que sugam o nosso exemplo. Se os pais estiverem convictos e se sentirem felizes por terem escolhido o vegetarianismo, assim as crianças se sentirão também.”

Com a bióloga paulistana Fúlvia Zephilho de Andrade e sua filha, Letícia, de 2 anos e meio, a experiência é muito parecida. Letícia é ovolactovegetariana desde o ventre, pois Fúlvia e o marido já tinham decidido que seus filhos não comeriam carne. Ela diz que nunca passou pela cabeça deles oferecer carne nas papinhas e para garantir a boa nutrição de Letícia consultam um nutricionista vegetariano.

“Ela segue crescendo saudável e se alimentando muito bem. E está super adaptada à dieta. Tanto que quando vê os tios ou as avós comendo carne ela pergunta o que é e aí fala “não pode comer carne, são nossos amigos, mata os bichinhos”. Fúlvia acredita que quando os pais têm hábitos alimentares saudáveis, os filhos passam a adquirir estes hábitos naturalmente. E dá as dicas: para os bebês, o legal é cozinhar legumes e verduras variando sempre e oferecê-los amassadinhos, e não tudo batido em forma de sopa. Dessa forma a criança aprende a distinguir os sabores dos alimentos; E com as crianças maiores, leve-as para cozinhar com você. Ela vai gostar de ajudar e de comer o que preparou.

Apesar do preconceito hoje sem bem menor e as pessoas estarem mais informadas sobre o que é o vegetarianismo, Fúlvia diz que a maior dificuldade ainda é a crítica de que estaria privando a filha dos “prazeres da vida”. Para amenizar essa dificuldade Fúlvia criou, em abril de 2009, o blog Maternas Vegetarianas, cujo objetivo é justamente trocar idéias e informações e difundir o vegetarianismo e outros assuntos correlatos entre “mães vegetarianas que acreditam em um mundo melhor, não somente no nosso bem-estar, mas no de nossos filhos, dos animais, da humanidade e do planeta”.

“Eu acredito que as crianças são mais receptivas ao vegetarianismo que alguns adultos. Costumo dizer que se você colocar uma criança com fome em uma sala onde está um pintinho e onde tem uma pêra, o que você acha que ela vai fazer: comer o pintinho e brincar com a pêra ou comer a pêra e brincar com o pintinho? A resposta já nos diz que, em essência, somos vegetarianos”, conclui Fúlvia.

Os 10 mandamentos para a dieta vegetariana dos pequenos

1. Procure um profissional especializado em alimentação sem carne – nutricionista ou médico nutrólogo – para orientar, montar e acompanhar a dieta vegetariana de uma criança.

2. Nunca substitua o aleitamento materno ou o uso de fórmulas especializadas por misturas de farinhas de cereais.

3. Fórmulas infantis à base de soja são a única opção para lactentes veganos não amamentados no seio.

4. Fórmulas de soja não são adequadas para prematuros, pois há o risco de fragilização dos ossos mesmo com suplementação de cálcio. Prematuros, infelizmente, estão fora do veganismo.

5. A vitamina B12 deve ser suplementada sempre, principalmente para as crianças veganas.

6. No caso de crianças veganas deve-se ficar bem atento às fontes de cálcio, que devem ser intensificadas.

7. Crianças em geral, onívoras ou vegetarianas, devem ter atenção especial ao ferro, pois sua deficiência é muito comum. Sua suplementação é necessária a partir do quarto mês de vida.

8. Os pais devem ter uma alimentação adequada e equilibrada, pois eles serão o maior exemplo para as crianças.

9. Apresente toda a variedade de vegetais para as crianças, pois é a melhor forma delas pegarem gosto, se acostumarem e sentirem prazer com a dieta sem carne.

10. Converse sempre sobre os motivos do vegetarianismo e esclareça as questões colocadas pelas crianças com muita serenidade e tranqüilidade.

Fontes para consulta e orientação

Livros

• “Comida Vegetariana para Crianças”, de Sara Lewis (Editora Madras)

• “Dieta Vegetariana para Pais e Filhos”, de Charles R. Artwood (Editora Madras)

• “Alimentação sem Carne – Guia Prático”, de Eric Slywitch (Editora Alaúde)

• “Virei Vegetariano – E agora?”, de Eric Slywitch (Editora Alaúde)

• “Lar Vegetariano”, de Ivonete Nakashima, Aparecida Teixeira e Paulo Cesar Nakashima (Editora Cultrix)

Sites

http://www.alimentacaosemcarne.com.br/

http://www.vegetarianocomeoque.com.br/

http://maternavegetarianas.blogspot.com/


*Reportagem publicada na Revista dos Vegetarianos edição 49 / novembro 2010 - http://www.europanet.com.br/site/index.php?cat_id=935

*Esta reportagem também pode ser lida no blog da autora http://ambientese.blogspot.com/2010/11/infancia-veg-o-qu-voce-precisa-saber.html

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Exemplo de menina

Fiquei muito feliz ao ler uma reportagem sobre Sofia Sales, uma menina de 12 anos que, preocupada com a preservação de um lago próximo a sua casa, teve a idéia de criar um abaixo-assinado de patinhas, invocando o direito dos animais.

Sofia mantem o site http://www.sousofia.com.br/ onde expõe suas idéais sobre ecologia e preservação ambiental. Outra bela iniciativa, foi a de escrever uma carta incentivando o uso do papel reciclado nas escolas.

Eis a carta aberta de Sofia:

“Prezados Diretores de Escolas,

Escrevo essa carta para tirar uma dúvida: Por que o papel reciclado não é usado em tantas escolas?

Eu e meus colegas sempre perguntamos aos professores e eles dizem que é pela questão do preço. Agora tenho outra pergunta: Vida tem preço? Se trocarmos o papel branco, por papel reciclado, pouparemos milhões de vidas de árvores, de bichinhos que nelas moram e vidas humanas também.

O uso do papel reciclado é simples e muito relevante. Sinto-me mal em fazer redações de português em folhas brancas que deixam tantos rios pretos.

Como os alunos podem ser educados por uma escola que não é educada? Como os alunos poderão respeitar a escola se ela não respeita o destino do mundo que também é dos alunos?

Suponho que manterão o direito da vida optando pela escolha que sabemos ser a melhor.

Obrigada pela atenção.

Respeitosamente,

Sofia Barroca Henriques Sales”

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A quase vegetariana

Por Haroldo Cella

Ela nunca havia pensado no assunto, mas após assistir a uma palestra, acompanhada de um filme, sobre a morte (eufemisticamente chamada de "abate") dos animais que constituem as principais fontes de proteínas para a alimentação dos seres humanos, emocionou-se e, naquele momento, teve certeza de que nunca mais conseguiria voltar a degustar um "suculento" rosbife, um lombinho "bem temperado" ou uma "saborosa" coxa de galinha, sem lembrar dos olhos tristes, assustados ou desesperados daqueles seres, segundos antes de serem abatidos, ou, como ela começava a pensar: momentos antes de serem fria e covardemente assassinados.

Decidiu entrar, pela primeira vez, em um restaurante ovo-lacto-vegetariano e, para sua surpresa, descobriu que a comida, incluindo a famigerada soja, era gostosa. Percebeu que, na verdade, nunca havia apreciado realmente o gosto da carne em si, mas sim do tempero que ela levava, ainda que fosse apenas sal, como no caso do churrasco. Talvez, por isso, tenha adorado o bem temperado "churrasco" vegetariano, feito de glúten e proteína de soja.

Fez amizade com vegetarianos e, após muitas conversas, compreendeu que o nosso prazer em saborear músculos de animais mortos decorre do fato de que não temos plena consciência de estarmos comendo, na verdade, um pedaço de cadáver, produto de uma matança diária sangrenta, cruel e dolorosa, de milhões de seres que, assim como nós, eram, enquanto vivos, capazes de sentir prazer, alegria, medo e dor, entre outras sensações e sentimentos.

Entretanto, ao tentar explicar isso para algumas pessoas amigas suas, "carnívoras" convictas, ouviu daquele que era, até então, um de seus melhores amigos o seguinte questionamento, feito em tom sarcástico, acompanhado de gestos teatrais: por que razão os vegetarianos não têm pelas plantas a mesma compaixão que dizem ter pelos animais, uma vez que matam e comem os vegetais sem dó nem piedade, da mesma forma como os carnívoros fazem com relação aos animais? Ela não soube como responder, mas, engolindo em seco, prometeu pesquisar sobre o assunto.

Após ler alguns livros e colocar a questão para alguns de seus novos amigos, vegetarianos, ouviu de uma senhora uma explicação que lhe pareceu convincente. Segundo ela, a filosofia que norteia o vegetarianismo é a de que o ser humano possui inteligência e consciência suficientes para lhe permitir que viva e se alimente sem ser à custa do sofrimento de outros seres sencientes, ou seja, de seres que possuem em seu organismo um sistema nervoso que promova sensações e sentimentos, responsáveis pelo contentamento ou pelo seu oposto, o sofrimento. Ela explicou-lhe que as plantas e a maioria dos animais invertebrados não possuem sistemas que lhes permitam sentirem medo ou dor, sendo que, nos próprios vertebrados, existem tecidos não inervados, como a pele ou os pelos.

Retornou então ao amigo carnívoro que havia levantado a questão e, com base no discurso de sua amiga vegetariana, decidiu sugerir a ele o seguinte: que deixasse de cortar seus cabelos e unhas, pois apesar da ausência de células nervosas nesses tecidos, seria lógico esperar, segundo o ponto de vista que ele defendia, que o corte desses tecidos provocasse tanto sofrimento quanto o corte de um dedo, por exemplo. Indo mais além, sugeriu ainda que ele cortasse logo os seus dedos e arrancasse fora o couro cabeludo, para não precisar mais cortar unhas e cabelos, uma vez que, segundo a lógica que ele utilizava, estaria, assim, provocando o mesmo tipo de sofrimento que o simples corte dos cabelos ou das unhas, com a vantagem de ser pela última vez. Dito isto, virou-lhe as costas de forma teatral e foi-se embora.

Algum tempo depois desse episódio, encontrou novamente o rapaz, que lhe confessou ter pensado muito no que ela lhe dissera, a ponto de já não sentir mais prazer em comer carne. Mas antes que ela dissesse qualquer coisa, ele colocou o seguinte: se os vegetarianos não comem carne porque não querem causar sofrimento aos animais, então não deveriam igualmente consumir gelatinas, geléias, chicletes e quaisquer outros produtos, incluindo produtos de limpeza e cosméticos, feitos a partir de colágeno, "mocotó" e sebo, extraídos de bois mortos, sendo que, pelo mesmo motivo, também não deveriam usar nenhum utensílio feito de couro, de osso ou de pêlo desses animais, entre outros tantos "produtos" que são obtidos a partir dos mesmos, à custa de sofrimento e morte.

Ela permaneceu atônita por alguns segundos, dando-lhe oportunidade de continuar seu raciocínio. Lembrou-a, então, que as indústrias de ovos e de laticínios, obtêm suas matérias-primas a partir de sistemas de criação, em que os animais (galinhas e vacas) são criados confinados, com evidente sofrimento para os mesmos, além de serem mortos muito antes do que morreriam, caso tivessem morte natural. Ou seja, uma pessoa que pretendesse seguir uma dieta ovo-lacto-vegetariana, para estar com sua consciência totalmente tranqüila, só deveria consumir ovos de galinha caipira, criadas soltas no mato, e alguns tipos de queijos artesanais feitos a partir do leite de vacas que vivem toda a sua vida soltas no pasto.

Ela ainda manteve-se calada por algum tempo, absorta em seus pensamentos, antes de agradecer-lhe pelo toque, olhar para si mesma e constatar que deixou de comer carne, com pena dos animais, cujos olhos moribundos lhe comoveram, mas continuava usando bolsa, cinto e sapatos de couro...

Algum tempo depois dessa conversa, já refeita do choque inicial, ela decidiu repensar sua decisão anterior de apenas não comer carne e procurou se informar melhor sobre quantos produtos, entre os que consumimos no dia-a –dia, contêm matérias-primas ou insumos derivados da matança de animais, ou do confinamento cruel dos mesmos.

Descobriu que, além das coisas que seu amigo levantara, também os filmes fotográficos e de cinema são recobertos por uma espécie de gelatina que é extraída do interior da canela dos bovinos; dos pés dos bovinos também são obtidas substâncias utilizadas na espuma de extintores de incêndio; do sangue bovino obtém-se um fixador para tintas e tinturas; a gordura bovina é usada em pneus, plásticos em geral, velas e PVC, além de compor a fórmula da glicerina, que serve de base para sabonetes, cosméticos, xampus, cremes de barbear e até mesmo dinamite; medicamentos diversos utilizam substâncias extraídas de órgãos bovinos; queijos curados são feitos com uma enzima retirada do estômago do bezerro; alguns pincéis são feitos de pelo de suínos; ....

A lista parecia interminável. Uma tristeza melancólica se instalou no seu espírito. Como viver em uma moderna sociedade industrial sem ser cúmplice, de alguma forma, do sofrimento e morte imposto aos animais, especialmente aos bovinos. Lembrou-se de que na Índia o boi é sagrado e que, ao mesmo tempo, é o país que mais faz filmes de cinema. Será que os filmes deles não conteriam a tal gelatina bovina? Ou será que eles simplesmente ignoram o fato e importam a película?

Sua consciência ficou ainda mais pesada quando soube, por intermédio de um amigo, que, em Universidades e Institutos de pesquisa, milhares de animais são submetidos, diariamente, a sessões de tortura, através da exposição à substâncias que provocam dores, doenças e morte, tudo com a finalidade de testar a eficácia de substâncias que poderão vir a se tornar remédios para nós humanos. Os "naturebas" não sabem, disse o amigo, mas quando se divulga, por exemplo, que está cientificamente provado que o chá feito com a folha de tanchagem é eficaz para aliviar a dor e outros sintomas de um resfriado, é porque uma Universidade testou o emprego de substâncias extraídas da planta no alívio da dor de cobaias de laboratório. E como é feito isso? Eles separam dois grupos de cobaias e injetam em cada um dos pequenos animais algumas drogas que fazem com que os bichinhos se contorçam, com dores insuportáveis. Um dos grupos recebe então uma injeção da substância presente na tanchagem, que desconfia-se seja analgésica. Então os pesquisadores contam o número de contorções. Como o grupo que se contorceu menos foi o grupo que recebeu a substância, então há evidências de que ela seja mesmo analgésica. A experiência é então repetida várias vezes, com outras cobaias e em outras Universidades, até que se forma o consenso científico em torno do poder analgésico da mesma. É só então que as publicações especializadas em fitoterapia começam a divulgar a eficácia comprovada da tanchagem, um produto "natural", no alívio dos sintomas do resfriado...

Depois de agradecer ao amigo por mais esta triste informação, ela decidiu dar um tempo em suas pesquisas. Refletiu durante muito tempo sobre essas questões e muitas outras que foram brotando em sua mente ao longo de intermináveis semanas de angústia e sentimento de impotência. Chegou à conclusão de que, num mundo dominado pelo capitalismo, onde os seres humanos exploram e causam sofrimento aos próprios semelhantes para ganhar mais dinheiro, seria mesmo demais esperar que tivessem compaixão por animais considerados inferiores.

Percebeu que ser vegetariana, num mundo assim, é muito mais difícil do que parece ser. Finalmente, constatou que, diante da quase impossibilidade que seria boicotar tudo aquilo que, para existir, beneficiou-se direta ou indiretamente do sofrimento de animais, muitos se iludem, dizendo-se vegetarianos somente porque não comem mais carne.

E foi assim que ela decidiu assumir sua triste condição de quase vegetariana.

(Texto extraído do site http://www.vegetarianismo.com.br/sitio/index.php?option=com_content&task=view&id=294&Itemid=34)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mamãe, eu sou dentista!

A boca tem uma importância enorme na vida da gente. Alimentação, fala, estética, comportamento, relacionamento social, profissional, amoroso, tudo isso fica impraticável sem um mínimo de cuidados com a higiene bucal. Sim, porque mau hálito, cárie e falta de dentes além causar um grande desconforto, espantam qualquer pessoa.

Desde sempre tenho o hábito de fazer a higienização na boquinha dos pequenos. Quando eram bebezinhos utilizava gaze com água filtrada, depois acrescentei a dedeira para massagear as gengivas e quando nasceu o primeiro dentinho passei a usar escova apropriada para a idade deles. Utilizo um gel dental da marca Weleda, feito a partir de óleos essenciais naturais, sem flúor ou qualquer aditivo sintético. Nossas limpezas sempre foram feitas com conversa, explicações, paciência, muito carinho, musiquinhas, alegria e caretas. Um ritual mesmo.

As crianças adoram escovar os dentinhos, se sentem "grandes", importantes, acham divertido e às vezes, quando esqueço ou bate uma preguiça de levá-las ao banheiro para a escovação, elas me cobram: "Mamãe, você esqueceu de escovar os dentinhos". E lá vamos nós! Deixo que escovem primeiro e em seguida faço o arremate dizendo: "abre o bocão e diga aaaaaaaaaa, primeiro embaixo, os dentinhos do fundo, os da frente, agora em cima, os do fundo, os da frente, o céu da boca, faz um iiiiiiiiiiii pra mamãe massagear as gengivas, encosta a língua no queixo. Meu Deus que língua gigante!" O papai também tem seu método, pega a própria escova e enquanto os filhotes escovam seus dentes ele escova os deles, um de cada vez, claro. Eles amam!

Nesta semana, ao levar minha pequena Luíza para uma consulta com a dentista, fiquei toda orgulhosa e feliz ao ver o resultado da nossa rotina com a higiene bucal e, também, com os hábitos alimentares (não ofereço doces, pirulitos, açúcar refinado, balas, refrigerantes, etc, etc). Além de não haver nenhuma placa ou cárie, minha princesa deu a mãozinha para a dentista, sentou na cadeira feito uma mocinha, abriu a boquinha tranquilamente, deixou passar fio dental, fazer limpeza com motorzinho, dobrou os joelhinhos e cruzou as perninhas, muito a vontade, como se estivesse lendo um livro deitada de barriguinha pra cima e, por fim, deixou aplicar flúor.

Ao sair do consultório, pediu que eu a ajudasse a colocar as luvas que ganhou e disse olhando satisfeita pras mãozinhas: "Mamãe, eu sou dentista!".

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dia dos pais com churrasco

Quem me conhece sabe que mesmo torcendo o nariz quando somos convidados para um churrasco, vou, pois penso que não posso exigir que todos deixem de comer carne por minhas convicções. Quando as crianças não existiam, eu tirava de letra, normalmente almoçava antes ou levava algo mais elaborado para comer; mas agora, minha preocupação e meu desespero são visíveis.

Como agir se as crianças quiserem experimentar? Explico que aquilo é uma parte do boizinho, que foi morto pra satisfazer o paladar das pessoas? Como falar de hábitos alimentares para crianças menores de 3 anos, que só entendem o que é certo e o que é errado e não aceitam meio termo? Como explicar que na família apenas eu não como carne? Todas essas questões me assombram desde antes da gravidez. E, embora eu tenha estudado a teoria, na prática, a coisa é um pouco diferente.

O fato é que comecei a perceber que não posso mais manter meus vegetarianinhos na redoma e que adiar situações desse tipo só pioram as coisas. Eles já têm uma certa independência, observam (e muito) as pessoas e apresentam curiosidade alimentar. Então, decidimos, de última hora, aceitar participar de um churrasco em um clube, para comemorar o Dia dos Pais, juntamente com parentes e amigos, todos carnívoros.

Para que não ficasse só no ritual da carne, levamos outras opções que as crianças gostam e que podem ser assadas na churrasqueira, como brócolis, couve-flor, queijo coalho, batata e milho. Tirando o queijo coalho, o resto foi um desastre. As crianças só comeram arroz e queijo, pois inventei de temperar o brócolis e a couve-flor com shoyo e elas detestaram -  alguns carnívoros aprovaram. O milho e a batata demoraram demais e descobri que deveria tê-los levados prontos, cozidos, que seria mais tranquilo. Mesmo assim, não foi o bicho de 7 cabeças que imaginei. As pessoas me respeitaram e não ofereceram carnes aos pequenos e nem fizeram piadinhas infames e eles não pediram pra experimentar, estavam mais interessados em correr na grama e brincar na piscina.

Quando viram o pequeno sobrinho deles comendo um pedaço de frango, percebi a curiosidade e lhes disse que aquilo eles não comiam, mas que tinha queijinho assado se eles quisessem, foi a festa!

De tudo, algumas lições aprendi: não sofrer por antecedência fazendo previsões dos acontecimentos; dividir a responsabilidade pela escolha da alimentação dos filhotes com todos que saibam disso (ou seja, ou respeitam ou terei motivos para não ir da próxima vez) e; não inventar novos temperos ou forma de preparo do alimento, de última hora, principalmente quando os gourmets são crianças.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Por que não dou carne aos meus filhos?

Minha opção pelo vegetarianismo manifestou-se em uma pescaria, há quase 7 anos, logo após ter recebido um e-mail sobre como eram feitos casacos de pele de animais.

Na minha infância, meu pai ensinou-me a pescar e guardo boas recordações de nossas pescarias, apesar de hoje ter um posicionamento diferente. Associei a pescaria ao prazer da proximidade com meu pai. Eu me sentia importante por estar ao lado dele sendo capaz de fazer as mesmas coisas que ele. Conversávamos baixinho para não espantar os peixes, ele me dizia que só poderíamos pescar para comer, pois dessa forma valeria o sacrifício da vida do peixe.

Durante a pescaria que me referi no início, lembrei-me do tal e-mail e das imagens inseridas nele, relatando a crueldade humana, capaz de fazer coisas inimagináveis por ganância e prazer. Lembrei-me de imagens de animais sendo capturados, presos, torturados, tendo suas peles extraídas ainda vivos, levando descargas elétricas no ânus e muitas outras barbaridades. E tudo isso pra quê? Pra satisfazer a vaidade humana. Enquanto eu pensava, fisguei um peixe. Ao retirá-lo da água, senti um grande mal-estar ao ouví-lo chorar, debater-se, lutando para sobreviver. O nome do peixe? Uma espécie de bagre chamada "mandi-chorão" (o peixe ganhou esse nome por emitir sons similares ao choro). Imediatamente retirei-lhe o anzol, devolvi o peixe ao rio e comecei a chorar.

Naquele momento entendi que eu fazia muitas coisas sem refletir. Reproduzia simplesmente o que me haviam ensinado e o que o mundo dizia que era correto. Entendi que eu não conseguiria mais viver automaticamente, que algo despertou em mim. A minha consciência.

Depois daquele dia, passei a questionar meus valores, meu modo de vida, meus hábitos. Mergulhei em mim para obter respostas. Busquei informações no intuito de saber se era possível retirar todo tipo de carne da minha alimentação e ter saúde ao mesmo tempo. Não consegui mais olhar para um bife sem enxergar o boi e ver o medo em seus olhos ao ir para o abate, recuando, tentando desesperadamente viver. Não quis mais compartilhar de todo esse processo.

E assim, tornei-me vegetariana, embora não goste de nomenclaturas, de sectarismo. Penso que cada um deve agir de acordo com sua consciência, seus valores, seus ideais. Procuro não fazer julgamentos. Apenas dou meu exemplo para mostrar que é possível viver de forma diferente, saudável, com prazer, com alegria e sem consumo de carnes.

Meu processo de mudança de hábito alimentar não foi fácil, também não foi penoso, apenas tive que adequar-me a um novo mundo e isso traz alguns inconvenientes. As pessoas, de um modo geral, não conseguem aceitar muito bem o que vai contra aquilo a que foram acostumadas, têm dificuldades em aceitar o que não é igual e sentem-se ameaçadas por terem questionados seus valores, comportamentos, hábitos, com a simples presença de alguém diferente.

Mesmo assim, mantive-me determinada em meu despertar e disposta a enfrentar preconceitos, muitas vezes vindos de pessoas próximas, de familiares, que me causaram dores profundas, mas com o tempo consegui superar e entender.

Antes de engravidar, meu marido e eu tivemos longas e várias conversas a respeito da criação dos nossos filhos, de como lidaríamos com a questão da alimentação. Concordamos que eles seguiriam o meu modo alimentar até que tivessem discernimento para fazerem suas escolhas. Ele não é vegetariano. Eu o respeito e sou respeitada. Diferença que só o amor pode explicar. E o amor é o maior motivo pra que eu não inclua carne na alimentação dos meus filhos. Amor pela vida de todos os seres, manifestada em toda sua grandiosidade, que jamais compreenderemos, mas que também aprendi a respeitar e dar valor.

Foto: arquivo pessoal

domingo, 13 de junho de 2010

Festa junina com alimentos saudáveis

O tempo vai passando, as crianças vão crescendo, as festinhas vão chegando e eu fico cada vez mais preocupada com os hábitos alimentares delas, pois já demonstram interesse pelo tipo de comida que o coleguinha come, especialmente quando se trata de guloseimas.
 
Para que os pequenos não fiquem de fora e associem o prazer das festas juninas a alimentos saudáveis e saborosos, reuni algumas sugestões, aí vão.

Comes:
Milho verde - milho é fonte de vitaminas A e C e do complexo B. É rico em manganês, mineral que tem ação antioxidante, prevenindo tumores, infartos e derrames, e faz a glicose ser mais bem aproveitada, ajudando no tratamento do diabete. Seus grãos contém amido, fonte de carboidratos, que fornece energia rápida para o corpo, além de ser benéfico ao aparelho digestivo, pois inibe a produção excessiva de ácido no estômago, previnindo o aparecimento de úlceras. O milho inibe a ação de radicais livres, é anticancerígeno, antiviral e aumenta o estrogênio.
 
Tapioca - Sem recheio ou com recheios leves e saudáveis
 
Cuscuz - receitinha básica: 2 xícaras de farinha de milho flocada (eu uso milharina)
-1 xícara de água gelada
-1 colher (chá) de sal
Misture bem com uma colher ou com as mãos. Deixe hidratando por cerca de 10 minutos. Após o tempo de hidratação, coloque em cuscuzeiro para cozinhar, quando estiver durinho está pronto. Pode acrescentar legumes também.

Pipoca - uma maneira melhor e mais saudável de prepará-la: quatro ou cinco gotas de óleo - e aqui você pode usar o de canola - bastam para estourar os milhos. Mas vale aquecer o óleo primeiro na panela e depois colocar o milho. Ele estoura mais rápido. A margarina e a manteiga não são indicadas porque saturam mais rápido que o óleo, transformando-se na temida gordura trans. Quanto mais saturada, pior para nossa saúde.²

Batata doce - rica em carboidratos, contém ainda grande quantidade de vitamina A, além de vitaminas do Complexo B e sais minerais como Cálcio, Fósforo e Ferro. Na hora de prepará-la, cozinhe em água fervente em panela tampada e com casca. Assim você estará evitando que seus nutrientes se percam no cozimento. Pode ser servida amassadinha em potinhos ou em formato de estrelinha, quadradinhos, corações. Use a criatividade.


Salada de frutas - evite misturar as frutas doces com as frutas ácidas, por causa da digestão. Sugestão: banana, maçã, mamão, pêra e laranja espremida. Não precisa adoçar, mas se não tiver jeito, prefira mel ou acúcar mascavo.

Bebes:
Sucos variados, simples ou combinados, a gosto e escolha da criança.

Para os que não vivem sem guloseimas:
pé-de-moleque de soja
paçoquinha de soja
barrinha de cereais
Balinhas de agar-agar
Bananinha passa (sem acúcar)

Brincadeiras
Corrida das Frutas - Cada equipe terá uma árvore e suas frutas. Uma criança de cada equipe terá que correr e colar as frutas em sua árvore. O objetivo é ver quem consegue colar todas as frutas primeiro sendo assim o vencedor.

Dança da laranja - Um casal por equipe. Cada casal terá que dançar com uma laranja entre a testa dos dois com as mãos para trás. A equipe que derrubar a laranja sai da dança. O objetivo é ver que equipe consegue ficar mais tempo com a laranja na testa sem deixar cair.

Pesca da maçã - Sobre uma mesa, coloca-se uma bacia com água* e maçãs boiando. Cada participante deve colocar as mãos nas costas e inclinar-se sobre a bacia e morder uma maçã. Quem conseguir ganha um brinde. (*De preferência, usar água filtrada).
 
Corrida do ovo na colher - Marca-se um local de partida e outro de chegada. Cada corredor deve segurar com uma das mãos (ou a boca) uma colher com um ovo cozido em cima. Vence quem chegar primeiro ao local de chegada, sem derrubar o ovo. Se quiser variar, substitua o ovo cozido por batata ou limão.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Obrigatoriedade de bibliotecas nas escolas

Entrou em vigor hoje, dia 25 de maio de 2010, a lei 12.244, que obriga escolas públicas e privadas a contarem com biblioteca no prazo máximo de 10 anos.

Segundo a lei, as bibliotecas deverão conter "coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura. Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento das bibliotecas escolares."
 
Penso que é um grande passo para o acesso de todos ao conhecimento, mas DEZ ANOS!? Muito tempo, né? Enfim, como diria Lulu Santos, "assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade..."

Fotos do arquivo pessoal

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Seus filhos são vegetarianos! O que eles comem, então?

Este é um questionamento que eu ouço com frequência.

Pra início de conversa, esqueça a idéia de que vegetarianos só comem salada. Tem muita gente que acha que vegetariano não pode nem comer doce. É sério! Aconteceu comigo em uma viagem, antes de engravidar. Eu havia informado à companhia aérea que era ovo-lacto-vegetariana - algumas companhias têm esse diferencial - e quando minha refeição chegou perguntei à comissária por que as outras pessoas ganharam sobremesa e eu não? Ela disse placidamente: "É porque a senhora pediu refeição vegetariana." (???) Fiquei imaginando se tratava-se de algum pudim de filé mignon, ou pavê de frango... vai saber... ou ela deve ter pensado: “Ah! Vegetariana, né? Que coisa feia! Vai ficar sem sobremesa!". Pelo menos eles poderiam ter me oferecido uma fruta, não é mesmo?

De um modo geral, sem querer adentrar em classificações, vegetarianos apenas excluem do cardápio alimentos que impliquem no abate de animais de qualquer espécie (boi, frango, avestruz, pato, peixe, crustáceos); no mais, comemos de tudo.

Minha maior preocupação com as crianças é oferecer alimentos saudáveis, variados para garantir-lhes um desenvolvimento adequado. Constantemente sou indagada sobre como substituo a carne na alimentação dos filhotes, pelo mito de que crianças necessitam das proteínas encontradas na carne para se desenvolverem adequadamente.

Além das proteinas, fico atenta ao cálcio, ferro, zinco, ácido fólico, vitaminas em geral e, sobretudo à vitamina B12, pois segundo estudos, nosso organismo absorve apenas a encontrada em alimentos de origem animal (carnes, ovos, leite e derivados); e sua deficiência causa a chamada anemia perniciosa, que podem provocar lesões irreversíveis no sistema nervoso. Por isso, mesmo oferecendo uma dieta equilibrada e balanceada, que inclui ovos, leite e derivados, as crianças fazem exames periódicos preventivos contra carência de quaisquer nutrientes. É melhor prevenir do que remediar.

Para uma alimentação de maior qualidade, dou preferência a alimentos integrais, frescos, não industrializados, não refinados e sem agrotóxicos. Também evito o sal e o açúcar. Quando não tem jeito, opto sal marinho moído e iodado e pelo açúcar mascavo ou mel. Longe de querer fazer papel de nutricionista, coloco abaixo uma lista de alimentos consumidos pelas crianças:

- Arroz integral (dou preferência pelo tipo cateto, uma nutricionista disse que era melhor, mas não me lembro porque, se alguém souber me fale) ou batata ou mandioca ou macarrão integral (os carboidratos não devem ser consumidos juntos, pois impedem a boa digestão)

- Leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico)

- Legumes (abóbora, abobrinha, cenoura, beterraba, chuchu, berinjela, couve-flor, repolho)

- Vegetais folhosos verde escuros (couve, salsinha, brócolis, espinafre, escarola)

- Proteínas (quinua, proteína texturizada de soja, tofú, glúten, ovo caipira)

Costumo elaborar o cardápio dos pimpolhos com pelo menos um item de cada grupo - exceto do grupo dos vegetais que coloco dois ou três ítens - de forma simples e bem colorida.

Nos lanches eles comem cuscuz, tapioca, mingau de aveia, flocos de milho, pão integral, pasta de tofu com cenoura, biscoitinhos integrais (aveia e mel, aveia e côco), barrinha de cereais, bolo feito com farinha integral e açúcar mascavo.

Ofereço suco pelo menos duas vezes por dia, tais como laranja ou maracujá com couve, manga, laranja, cenoura e beterraba, abacaxi com laranja, acerola, uva, e por aí vai. Ah! E água de côco, também. Preferindo sempre as frutas in natura, só em caso de viagem ou festinhas de aniversário é que dou suco de poupa ou de caixinha.

Não dou refrigerante, doce, bala, pirulito, chocolate, sorvete... estou adiando o máximo que eu puder, para que ele prefiram alimentos mais saudáveis quando forem maiores, sem falar nos males que essas guloseimas causam ao nosso organismo. Mas sobre isto falo depois.

domingo, 2 de maio de 2010

Vamos ensinar as crianças a comerem frutas?



A Brazos Nutricional, pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), divulgada em setembro de 2007, deixou análises preocupantes. Apesar das várias opções de frutas, legumes e verduras que o Brasil planta e exporta todos os anos, brasileiros não aproveitam essa riqueza de nutrientes. O estudo envolveu 150 municípios brasileiros e entrevistou 2.240 pessoas de todas as classes sociais e descobriu que o consumo de vitaminas e sais minerais está abaixo das recomendações em 90% da população.

Os vegetais, incluindo frutas, verduras e legumes, ainda são as melhores fontes de fibras, vitaminas e sais minerais essenciais para melhorar o bom funcionamento do organismo. Esses nutrientes, por serem calculados em miligramas e microgramas, são conhecidos como micronutrientes. São tão importantes para a saúde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Panamericana da Saúde (OPAS) concluíram que, pelo menos 60% das mortes em todo o mundo poderiam ser adiadas, ou mesmo evitadas, se as pessoas adotassem posturas mais saudáveis diante da vida, dentre elas, o consumo de no mínimo cinco porções (ou 400 gramas) dessa categoria de alimentos por dia. “Frutas e hortaliças são mais facilmente incorporadas ao cardápio, quando fazem parte dele desde a infância. Pais que normalmente não comem esse tipo de alimento, involuntariamente, transmitem esse hábito aos filhos”, diz a endocrinologista da Clínica Genesis, Silvia Hashimoto Toledo.

E por não apreciarem o sabor sutil das frutas, geralmente, eles não são criativos, não sabem como prepará-las ao gosto infantil, se contentam com a primeira alegação da criança de que não quer a maçã… E cedem à tentação do biscoito recheado, do salgadinho em pacote industrializado, da barra de chocolate… “Esses últimos alimentos são muito mais gostosos, pois são ricos em gordura, o ingrediente que faz tudo ficar mais saboroso. O sabor exacerbado dos alimentos industrializados faz com que a pêra pareça sem graça, sem atrativos. Logo, é na primeira infância que devemos lançar a semente dos bons hábitos alimentares, que vão assegurar um crescimento saudável. Não podemos perder esta chance única”, defende a endocrinologista Silvia Toledo.

Apresentando sabores

Embora a maioria das mães fique ansiosa para oferecer o primeiro suco de frutas para seus filhos, é sempre importante lembrar que os bebês devem ser alimentados, exclusivamente, com leite materno, pelo menos até o sexto mês de vida. Somente após essa idade é que o organismo estará pronto para receber outros alimentos”, explica a endocrinologista.

Assim, sucos, chás e água só devem ser oferecidos quando o bebê tiver completado seis meses de vida. “Apenas quando os bebês não estão evoluindo bem, apenas com o leite materno, outros alimentos podem ser introduzidos a partir do quarto mês”, diz Silvia Toledo.

A médica destaca que o mais importante é que os pais não ofereçam outro alimento para o bebê antes de ele completar quatro meses de vida, esteja ele se alimentando com o leite materno ou outro leite. “Como o sistema digestivo do bebê ainda não está preparado para receber essas substâncias, alguns problemas podem aparecer: alergias alimentares, intolerâncias, diarréias, anemia, desnutrição ou excesso de peso”, diz a médica.

Questão de estratégia

Para a frustração de muitas mães, geralmente os bebês não aceitam bem a introdução de novos alimentos em sua dieta e fazem caretas intermináveis ao provarem as primeiras frutas. “A rejeição é normal, pois sai de cena o leite e entram novos alimentos que têm sabores, cheiros e texturas diferentes das do leite materno. Com o passar dos dias, o bebê vai se acostumando e passará a aceitar melhor as frutas”, conta Ana Paula Mendonça, nutricionista da Clínica Genesis.

Ana destaca que “o mais importante é lembrar que a recusa - seja do suco ou da fruta raspadinha - é normal, aceitável e passageira”, diz. E diante de recusas, os pais devem oferecer outra fruta, que agrade mais o paladar do bebê. Não há restrições para as frutas que podem ser ofertadas aos bebês. “Só há restrições alimentares para os bebês que apresentam alergia ou que têm pais com alergias”, recomenda a nutricionista.

É importante que ao preparar as frutas e os sucos de frutas que serão oferecidos ao nenê, os pais tenham cuidado com a higienização adequada das frutas. O fato de não consumir a casca de algumas frutas não elimina a necessidade do completo processo de higienização. “É importante que no momento inicial da oferta de novos alimentos, as frutas não sejam misturadas, para não tornar esse aprendizado mais difícil. Os pais também não devem adoçar os sucos, nem com açúcar, nem com mel, que pode conter a toxina que causa o botulismo. Para introduzir esses dois alimentos, os pais devem esperar o bebê completar o primeiro ano de vida”, recomenda Ana Paula Mendonça.

Fonte: ATribuna - Mato Grosso, publicado em 16 de dezembro de 2009

sexta-feira, 30 de abril de 2010

CCJ da Câmara aprova projeto que obriga cantinas das escolas a vender apenas alimentos saudáveis

Foi aprovado no dia 15 de abril, deste ano, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, um projeto que prevê que as creches e as escolas do ensino fundamental da rede de ensino público e privado do país comercializem em suas cantinas apenas alimentos considerados saudáveis. Se não for apresentado recurso para apreciação da proposta em plenário, o projeto seguirá diretamente para analise e votação do Senado Federal.

O texto diz ainda que os critérios de alimentos saudáveis e não saudáveis serão definidos pelas autoridades sanitárias. Os infratores estarão sujeitos às penas constantes da Lei 6.437/77, que trata das infrações à legislação sanitária federal.

Para o deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), autor do projeto, uma das causas mais frequentes da obesidade infantojuvenil é o alimento não saudável. “O consumo de guloseimas, refrigerantes, frituras e outros produtos calóricos e não nutritivos, preparados com conservantes, tem sido um fator determinante responsável pelas doenças precoces e outras insuficiências enfrentadas pela população infantojuvenil”, disse.

Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dê uma mão para o planeta - Greenpeace Brasil

Recebi de um primo querido, por e-mail, a indicação desse belíssimo vídeo publicado no site Greenpeace Brasil, em comemoração ao Dia da Terra. Vale a pena assistir e refletir.

Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Multimidia/Videos/De-uma-mao-para-o-planeta/

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Verduras e legumes: saiba o que você está ganhando ou perdendo

Matéria preciosa publicada na Revista Veja em 14 de outubro de 2009.

Por Anna Paula Buchalla

Sim, é óbvio que você já sabe de cor e salteado que, numa dieta balanceada, os legumes e as verduras não devem ficar de fora.
Manoel Marques
Que eles são fontes ricas em nutrientes essenciais para a saúde, como vitaminas e antioxidantes. E que, infelizmente, a quantidade diária recomendada pelos médicos – de quatro a cinco porções por dia – está muito além do que você consegue consumir. Para estimularem as pessoas a chegar a uma quantidade próxima à preconizada, os nutricionistas sugerem receitas de todos os tipos – até frituras, por que não? O que provavelmente você não sabe é que, dependendo de como são preparados, legumes e vegetais perdem boa parte das vitaminas e sais minerais. E, inversamente, podem ter alguns de seus compostos mais bem absorvidos pelo organismo. "Quando colocamos legumes para cozinhar em água fria, 35% dos carboidratos, vitaminas e minerais se transferem para ela, formando um caldo saboroso e rico em nutrientes. É o ideal para o preparo de uma sopa", diz a nutricionista Flávia Bulgarelli Vicentini, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Mas, se a ideia é cozinhar os legumes para fazer uma salada, desprezando o caldo, deve-se cozinhá-los em água fervente. Assim, perdem-se menos nutrientes." VEJA pediu a ela e também às nutricionistas Daniela Jobst, do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional, e Maria Gandini, da consultoria RGNutri, que analisassem o que ocorre com os nutrientes de oito legumes e verduras comuns na mesa dos brasileiros, de acordo com o modo de prepará-los. Ah, sim, vamos combinar que só um chato lembrará que tomate é fruta. E que batata é um tubérculo.


Couve-manteiga


Mauro Holanda

Nutrientes: rica em clorofila e glicosinolatos. Fonte de vitaminas A e C, betacaroteno, ácido fólico, cálcio, ferro, fósforo e potássio

O que acontece com ela ao:
Cozinhar: em muita água, podem-se perder até 40% de seus nutrientes

Assar: perdem-se zinco, ferro, cálcio e glicosinolatos

Fritar/refogar em óleo: o aquecimento prejudica a absorção do cálcio, mas não altera a quantidade de minerais

Esquentar no micro-ondas: perde-se clorofila

Congelar e descongelar: não há perdas significativas


Cenoura


Corbis/Latinstock

Nutrientes: vitaminas A e C e betacaroteno. Fonte de sódio, potássio e carboidratos

O que acontece com ela ao:
Cozinhar: em água, há perda de 10% a 50% da vitamina C. Para minimizar as perdas, o ideal é cozinhá-la inteira, em pouca água e fogo brando ou no vapor, por 25 a 35 minutos. O cozimento aumenta a disponibilidade de vitamina A

Assar: perdem-se minerais como sódio e potássio

Fritar/refogar em óleo: como o betacaroteno é lipossolúvel (solúvel em gordura), a fritura melhora a absorção desse nutriente pelo organismo. Mas a gordura eleva o índice glicêmico, que pode resultar em aumento nos níveis de açúcar no sangue

Esquentar no micro-ondas: perde-se parte das vitaminas e aumenta-se o índice glicêmico

Congelar e descongelar: diminui-se o índice glicêmico e não há perda significativa de nutrientes


Berinjela

Corbis/Latinstock

Nutrientes: proteínas, cálcio, fósforo e vitaminas B1, B2 e C. Boa fonte de antocianinas

O que acontece com ela ao:
Cozinhar: em grande quantidade de água e a altas temperaturas, há perda de até 50% da vitamina C e de até 25% da vitamina B

Assar: perdem-se poucos minerais e ativam-se as antocianinas, presentes na sua cor roxa

Fritar/refogar em óleo: aumenta a absorção de antocianina

Esquentar no micro-ondas: a estrutura química das antocianinas é alterada, e elas perdem suas propriedades

Congelar e descongelar: não há perdas significativas


Ervilha

Getty Images/RF

Nutrientes: boa fonte de vitaminas A, B e C. Tem ainda fósforo, cálcio, potássio, zinco, selênio e ferro

O que acontece com ela ao:
Cozinhar: reduz-se o teor de fibras. Em água, a perda é mais elevada. Por isso, o melhor é prepará-la no vapor

Assar: a absorção da vitamina A e de minerais pelo organismo é favorecida. Mas há perda de vitaminas C e do complexo B

Fritar/refogar em óleo: as altas temperaturas desperdiçam vitaminas, especialmente a C

Esquentar no micro-ondas: perdem-se menos vitaminas em comparação ao forno tradicional

Congelar e descongelar: reduz-se a perda de vitamina C e existe um aumento das fibras amidorresistentes


Batata


Latinstock/RF

Nutrientes: rica em carboidratos, fibras, fósforo, vitaminas C e do complexo B. Também tem potássio, cálcio, ferro, magnésio e zinco

O que acontece com ela ao:
Cozinhar: há maior disponibilidade de vitamina B6, mas ocorre perda das do complexo B. O cozimento em água elimina de 10% a 50% da vitamina C. No vapor, essa perda é menor (de 5% a 20%)

Assar: a vitamina B6 fica mais disponível. Há perda de potássio e vitaminas C e B
modo de preparo pode dobrar ou triplicar o valor calórico

Esquentar no micro-ondas: também há perda de potássio e de vitaminas C e B

Congelar e descongelar: ocorre aumento das fibras. Não há perda significativa de vitaminas e minerais


Tomate

Pedro Rubens

Nutrientes: fonte abundante de licopeno. Boa quantidade de potássio, sódio, fósforo, cálcio, magnésio, ferro, fibras, vitamina C e betacaroteno

O que acontece com ele ao:
Cozinhar: perde para a água parte da vitamina C. Mas, com a adição de azeite, a absorção do licopeno pelo organismo é favorecida

Assar: ativa-se o licopeno

Fritar/refogar em óleo: a absorção do licopeno é melhor

Esquentar no micro-ondas: perde-se o licopeno – sua molécula é oxidada

Congelar e descongelar: não há perdas significativas


Beterraba

Getty Images/RF

Nutrientes: ferro, ácido fólico, potássio, vitaminas A, C e do complexo B

O que acontece com ela ao:
Cozinhar: perde-se muito potássio e há aumento do índice glicêmico

Assar: ocorre perda de minerais como o ferro e de vitaminas C e B, além de ácido fólico. Mas há melhora na absorção da vitamina A

Fritar/refogar em óleo: elevam-se o valor calórico e o índice glicêmico

Esquentar no micro-ondas: a perda de nutrientes é menor em comparação com o preparo no forno convencional

Congelar e descongelar: o processo aumenta a quantidade de fibras


Brócolis

Dercilio

Nutrientes: vitaminas A e C e antioxidantes, como glicosinolatos e betacaroteno. Grande quantidade de vitaminas do complexo B, enxofre, cálcio, ferro, zinco, ácido fólico e potássio

O que acontece com eles ao:
Cozinhar: no vapor, não há perda de vitaminas nem de antioxidantes. Na água, boa parte das vitaminas é eliminada

Assar: perdem-se minerais como ferro, cálcio e enxofre. Mas o calor do forno favorece a absorção da vitamina A

Fritar/refogar em óleo: não há perda de nutrientes. Além disso, como os glicosinolatos são mais liberados na gordura, a fritura facilita sua absorção pelo organismo

Esquentar no micro-ondas: a perda de vitaminas B e C ocorre em menor escala do que no cozimento ou ao forno

Congelar e descongelar: as perdas não são significativas

Para entender os nutrientes

Ácido fólico uma das variantes da vitamina B, ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares

Antocianina antioxidante que combate danos nas células e ajuda a reduzir o colesterol

Betacaroteno antioxidante que protege as artérias, combate infecções e previne alguns tipos de câncer

Cálcio fortalece os ossos

Clorofila melhora a imunidade

Enxofre ajuda na renovação celular

Ferro elemento essencial na produção de hemoglobina, que leva oxigênio às células

Fósforo bom para a saúde dos ossos e da memória

Glicosinolatos antioxidantes que protegem contra o câncer

Licopeno antioxidante que previne o tumor de próstata

Magnésio atua no sistema imunológico

Potássio regula a pressão arterial e o funcionamento dos rins

Selênio combate a ação dos radicais livres nas células

Vitamina A tem poder antioxidante

Vitaminas do complexo B ajudam a eliminar toxinas

Vitamina C fundamental para o sistema imunológico e para a saúde dos dentes, cabelos, músculos e ossos. Também ajuda na absorção de ferro

Zinco atua na atividade das enzimas

Fonte: Nutrição: O valor das verduras e legumes - Edição 2134 - Revista VEJA - http://veja.abril.com.br/141009/verduras-legumes-p-146.shtml

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Receitinha para uma Páscoa vegetariana

Páscoa é a festa da vida! E vida, para mim, tem que ser celebrada sem sacrifício de animal algum. Então, aí vai uma receitinha deliciosa do maridão para a Páscoa e outras ocasiões também.


  • TOFULHOADA
INGREDIENTES:
- tofu fresco
- 6 batatas médias
- 3 tomates maduros
- 1 pimentão amarelo
- 1 pimentão vermelho
- 2 cebolas grandes
- 2 ovos cozidos
- 2 dentes de alho
- molho de soja (shoyo)
- azeite de oliva
- Azeitonas pretas
- Galhinhos de salsinha
- Sal e temperos a gosto

MODO DE PREPARO:
- Corte o tofu em fatias de pouco mais de 1 cm de espessura. Unte uma frigideira pré aquecida e grelhe o tofu de um lado e de outro, regando-o com 1 colher de sopa de shoyo e reserve.
- Fatie as batatas, os tomates, os pimentões e as cebolas em rodelas grossas.
- Monte os ingredientes em uma forma da seguinte maneira: uma camada de tofu, uma camada de batata, uma de tomate, uma de pimentões vermelhos e amarelos, uma de cebola com azeitonas e regue com azeite. Repetir as camadas e por último faça um molhinho com alho e temperos a gosto. Cubra com papel alumínio e leve ao forno em fogo médio.
- Quando as batatas estiverem cozidas, retire do forno, acrescente os ovos cozidos e fatiados e enfeite com galhinhos de salsinha. Está pronto para servir muito bem 4 pessoas.

FELIZ PÁSCOA!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Como ensinar as crianças a gostarem de alimentos saudáveis?

Já deu pra perceber que me preocupo bastante com a alimentação dos filhotes. Não só pelo fato de ter optado por uma alimentação diferente da convencional, mas também para garantir a eles um desenvolvimento saudável e adequado.

Quem tem filhos sabe que eles constantemente testam a nossa paciência e simplesmente adoram ver nossas reações quando não fazem o que a gente espera, principalmente quando não comem o que a gente espera. Penso que é uma questão de auto-afirmação e de formação de personalidade e que aos poucos, com a convivência e a observação, aprendemos a lidar com isso.

Mesmo eu tendo me alimentado bem durante a gravidez, tendo oferecido a eles desde as primeiras papinhas variedade de legumes, verduras, cereais, leguminosas, frutas e por aí vai, também tenho dificuldade, as vezes, em alimentá-los bem, seja porque um quer imitar o outro, seja porque querem entender por que eles tem que se alimentar, seja por causa de algum resfriado, ou simplesmente porque não estão com fome naquele momento. Quando isso ocorre, me socorro de livros e sites que me dão um norte para estas situações.

Selecionei, então, para as mamães e futuras mamães que se interessarem, alguns links interessantes que oferecem dicas de como ensinar as crianças a gostarem de alimentos saudáveis. Aí vão eles:

Cozinhando para Pequenos Vegetarianos é um audio que dá boas dicas por meio do envolvimento emocional da criança com o alimento. Testei em casa e não é que deu certo! Vale a pena ouvir

Para adorar frutas, verduras e legumes. Neste link você encontra 8 dicas para acabar com o sabor de chatice destes alimentos.

E por fim, Como fazer as crianças provarem novos alimentos? Texto excelente, assim como o site http://www.docelimao.com.br/

segunda-feira, 22 de março de 2010

Páscoa sem chocolate e sem açúcar

Os pequenos estão com 2 anos e 6 meses de vida e já entendem um bocado de coisas. Como toda criança, eles adoram festas, brincadeiras e comemorações.

Acontece que estou adiando o máximo que puder e, enquanto puder, que eles consumam chocolate, açúcar, balas, pirulitos e refrigerantes - ofereço apenas açúcar mascavo e mel - para que quando tiverem mais idade, saibam dar prioridade aos alimentos mais saudáveis, como frutas e sucos naturais.

Mas, para que também curtam a Páscoa, comprarei dois coelhinhos de pelúcia, azul pro Miguelitinho e vermelho pra Luluquinha (ela disse que tem que ser vermelho - tomara que eu consiga encontrar); cenouras de verdade (caprichosamente embrulhadas); alguns brinquedinhos; e substituirei os tradicionais ovos de chocolate pelos de alfarroba (parece chocolate, tem gosto bem próximo do chocolate, mas não é chocolate. É nutritivo, sem lactose, glúten, cafeína e açúcar). Tudo isso o "coelhinho da Páscoa" vai esconder pra eles acharem. Acho que eles vão adorar.

Depois conto com foi o nosso domingo de Páscoa.

Sobre o açúcar, vale a pena ler no blog "Menina do Dedo Verde", o post "Mamãe não passou açúcar em mim"

Se alguem tiver mais sugestões, serão bem vindas.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Bebês Vegetarianos


A emoção de ver o rostinho dos meus filhotinhos pela primeira vez foi única, sem precedentes. As pediatras me mostraram a Luíza e em seguida o Miguel. Lindos, meus pequenos nasceram perfeitos, saudáveis e indicando que eu tinha feito tudo direitinho durante a gravidez.

Tudo estava bem, eu muito feliz lambendo as crias, mas uma coisa inquietava: o leite não descia e a causa, segundo os médicos, estaria na cesareana e na cirurgia plástica redutora de mama que havia feito há muito tempo, para evitar problemas de coluna. Fiquei arrasada! Então eu não poderia amamentar meus filhos?!

Solicitei leite materno, do banco do hospital, mas fui informada de que só forneciam para bebês prematuros ou com problemas, o que não era o caso dos meus filhos. Operada, fragilizada e frustrada por meu leite não descer, tive que me conformar em alimentá-los com leite industrializado de soja, próprio para bebês, para não correr riscos de perda de peso e complicações na saúde deles.

Meu médico prescreveu um medicamento que ajuda na liberação do hormônio chamado ocitocina, responsável pela ejeção do leite na amamentação e orientou-me a oferecer primeiro o peito e depois complementar com o leite artificial. Aos poucos o leite foi aparecendo, mas a quantidade não era suficiente para satisfazer os dois.

Continuei seguindo a orientação médica e complementando a amamentação, com o que consegui que a Luíza mamasse no peito até os 7 meses e o Miguel até 1 ano e meio. Sempre foram crianças tranqüilas e saudáveis; gosto de pensar que meu leite e o aconchego do meu peito contribuíram para isso também. A primeira gripe que pegaram foi depois de 1 ano de idade, mas isso é uma outra história.

Houve um momento em que eles apresentaram uma intolerância ao leite de soja. A Luíza tinha dificuldades em evacuar e o Miguel, embora evacuasse bem, apresentava uns vermelhões ao redor da boca. O pediatra sugeriu que eu experimentasse o leite de vaca modificado e esses problemas foram resolvidos.

Quando eles completaram 5 meses, além do meu peito e da complementação com o leite industrializado, passei a dar também frutas (maçã, mamão, banana, pêra, abacate), sucos (manga, laranja pêra, laranja lima, tangerina, carambola) e papinhas

Com orientação da nutricionista e seguindo dicas do livro "Mamãe eu Quero" da Sonia Hirsch, fazia a papinha dos pequenos com os seguintes ingredientes:

- um cereal ou carboidrato (arroz integral do tipo cateto, cevadinha, aveia em grão, macarrão integral, batata, batata doce, mandioca);
- uma leguminosa (ervilha partida, feijão azuki, lentilha);
- levedo de cerveja;
- dois ou três vegetais cozidos no vapor (abóbora, chuchu, cenoura, vagem, abobrinha, beterraba, berinjela, couve-flor, brócolis);
- um folhoso verde (couve, espinafre, mostarda, escarola);
- uma proteína (tofu, quinua, seitan (glúten), gema de ovo bem cozida - a clara do ovo não deve ser consumida antes do 1° ano de vida , por ser potencialmente alergênica);
- salsinha (rica em cálcio e vitamina C);
- um fio de azeite, com acidez menor que do 0,5 %, depois de tudo pronto (não se deve aquecer o azeite para não transformá-lo em gordura ruim).

Tudo bem colorido, ainda que depois de misturado e amassado ficasse de uma só cor.

No início amassava tudo com o garfo e depois passava na peneira. Depois, só amassava com o garfo e após um ano passei a não amassar mais os alimentos para estimular a mastigação. Os dentinhos deles tardaram a nascer.

Sempre dei preferência a produtos orgânicos. Não coloquei sal na comida deles até os dois anos de idade e isso facilitou muito a aceitação dos alimentos. Açúcar, só mascavo e bem pouquinho. Mel, a partir de um ano e meio (o mel não deve ser dado para crianças abaixo de 1 ano de idade, pelo risco de botulismo infantil).

E assim eles vão seguindo, sem carne, sem anemia, sem carência nutricional, peso e altura absolutamente normais e saudáveis sob todos os aspectos.

Foto 1: Miguel e Luíza nas primeiras horas de vida
Foto 2: Eu amamentando os filhotes ao mesmo tempo