quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Então vamos começar.

Há tempos que gostaria de compartilhar algumas das muitas coisas que penso - e são muitas mesmo, mas como sempre estou cheia de coisas pra fazer e pensar, fui adiando, adiando... até que as dificuldades em encontrar informações sobre educação e alimentação vegetariana infantil me deram coragem para criar esta página e dividir conhecimento nessa área.

Tudo começou quando decidi me rebelar contra o sistema e parar de comer todo tipo de carne de origem animal, inclusive os peixinhos e frutos do mar, que muitos insistem, sabe-se lá por quê, em classificá-los como membros pertencentes a um outro tipo de reino. Eu só conheço o animal, o vegetal e o mineral. Bom, tudo ia muito bem, obrigada - tirando um ou outro nariz torto de familiares e conhecidos, até que resolvi engravidar. Foi um Deus nos acuda de acusações e questionamentos sobre como eu iria manter uma gravidez comendo apenas mato e como eu iria alimentar meu filho se a gravidez persistisse?! Tá, eu também já fui desinformada um dia.

E quando veio a notícia de que eu esperava não um, mas DOIS filhos, a galera foi a loucura e com certeza pensou: "agora ela vai parar com essa frescura de querer ser diferente, de querer mudar o mundo e vai voltar ao normal". Não voltei ao "normal", muito pelo contrário, aí é que eu resolvi que provaria por A mais B que era perfeitamente possível, saudável e ético ser vegetariana e criar filhos vegetarianos.

O maridão, que não é vegetariano e eu respeito pacas, concordou, depois de um certo desconforto e desespero inicial, que a alimentação dos nossos preciosos filhos seria vegetariana - até que eles pudessem decidir se queriam continuar assim - e, também, passaríamos a eles valores especiais, como o respeito pela vida e a não-violência.

A partir daí, com o intuito de obter esclarecimentos sobre alimentação vegetariana na gravidez e, posteriormente, como educar, socializar, alimentar e fazer feliz uma criança vegetariana, comecei a pesquisar em livros e internet, consultar pediatras e nutricionistas e, de cara, percebi que o buraco era bem mais embaixo, que minhas dificuldades seriam muitas, proporcionalmente às minhas dúvidas, principalmente pelo fato existirem poucos profissionais com experiência em alimentação vegetariana que pudessem me dar segurança no caminho escolhido.

Acontece que comungo do pensamento de que tudo que é difícil é mais gostoso. Decidi, então, encarar o diferente desafio de reunir informações sobre como criar filhos vegetarianos, saudáveis e felizes a partir da minha experiência e ter o prazer de poder ajudar e trocar idéias com quem estiver interessado neste assunto. Mãos à obra e que Deus nos abençoe!