sexta-feira, 18 de junho de 2010

Por que não dou carne aos meus filhos?

Minha opção pelo vegetarianismo manifestou-se em uma pescaria, há quase 7 anos, logo após ter recebido um e-mail sobre como eram feitos casacos de pele de animais.

Na minha infância, meu pai ensinou-me a pescar e guardo boas recordações de nossas pescarias, apesar de hoje ter um posicionamento diferente. Associei a pescaria ao prazer da proximidade com meu pai. Eu me sentia importante por estar ao lado dele sendo capaz de fazer as mesmas coisas que ele. Conversávamos baixinho para não espantar os peixes, ele me dizia que só poderíamos pescar para comer, pois dessa forma valeria o sacrifício da vida do peixe.

Durante a pescaria que me referi no início, lembrei-me do tal e-mail e das imagens inseridas nele, relatando a crueldade humana, capaz de fazer coisas inimagináveis por ganância e prazer. Lembrei-me de imagens de animais sendo capturados, presos, torturados, tendo suas peles extraídas ainda vivos, levando descargas elétricas no ânus e muitas outras barbaridades. E tudo isso pra quê? Pra satisfazer a vaidade humana. Enquanto eu pensava, fisguei um peixe. Ao retirá-lo da água, senti um grande mal-estar ao ouví-lo chorar, debater-se, lutando para sobreviver. O nome do peixe? Uma espécie de bagre chamada "mandi-chorão" (o peixe ganhou esse nome por emitir sons similares ao choro). Imediatamente retirei-lhe o anzol, devolvi o peixe ao rio e comecei a chorar.

Naquele momento entendi que eu fazia muitas coisas sem refletir. Reproduzia simplesmente o que me haviam ensinado e o que o mundo dizia que era correto. Entendi que eu não conseguiria mais viver automaticamente, que algo despertou em mim. A minha consciência.

Depois daquele dia, passei a questionar meus valores, meu modo de vida, meus hábitos. Mergulhei em mim para obter respostas. Busquei informações no intuito de saber se era possível retirar todo tipo de carne da minha alimentação e ter saúde ao mesmo tempo. Não consegui mais olhar para um bife sem enxergar o boi e ver o medo em seus olhos ao ir para o abate, recuando, tentando desesperadamente viver. Não quis mais compartilhar de todo esse processo.

E assim, tornei-me vegetariana, embora não goste de nomenclaturas, de sectarismo. Penso que cada um deve agir de acordo com sua consciência, seus valores, seus ideais. Procuro não fazer julgamentos. Apenas dou meu exemplo para mostrar que é possível viver de forma diferente, saudável, com prazer, com alegria e sem consumo de carnes.

Meu processo de mudança de hábito alimentar não foi fácil, também não foi penoso, apenas tive que adequar-me a um novo mundo e isso traz alguns inconvenientes. As pessoas, de um modo geral, não conseguem aceitar muito bem o que vai contra aquilo a que foram acostumadas, têm dificuldades em aceitar o que não é igual e sentem-se ameaçadas por terem questionados seus valores, comportamentos, hábitos, com a simples presença de alguém diferente.

Mesmo assim, mantive-me determinada em meu despertar e disposta a enfrentar preconceitos, muitas vezes vindos de pessoas próximas, de familiares, que me causaram dores profundas, mas com o tempo consegui superar e entender.

Antes de engravidar, meu marido e eu tivemos longas e várias conversas a respeito da criação dos nossos filhos, de como lidaríamos com a questão da alimentação. Concordamos que eles seguiriam o meu modo alimentar até que tivessem discernimento para fazerem suas escolhas. Ele não é vegetariano. Eu o respeito e sou respeitada. Diferença que só o amor pode explicar. E o amor é o maior motivo pra que eu não inclua carne na alimentação dos meus filhos. Amor pela vida de todos os seres, manifestada em toda sua grandiosidade, que jamais compreenderemos, mas que também aprendi a respeitar e dar valor.

Foto: arquivo pessoal

domingo, 13 de junho de 2010

Festa junina com alimentos saudáveis

O tempo vai passando, as crianças vão crescendo, as festinhas vão chegando e eu fico cada vez mais preocupada com os hábitos alimentares delas, pois já demonstram interesse pelo tipo de comida que o coleguinha come, especialmente quando se trata de guloseimas.
 
Para que os pequenos não fiquem de fora e associem o prazer das festas juninas a alimentos saudáveis e saborosos, reuni algumas sugestões, aí vão.

Comes:
Milho verde - milho é fonte de vitaminas A e C e do complexo B. É rico em manganês, mineral que tem ação antioxidante, prevenindo tumores, infartos e derrames, e faz a glicose ser mais bem aproveitada, ajudando no tratamento do diabete. Seus grãos contém amido, fonte de carboidratos, que fornece energia rápida para o corpo, além de ser benéfico ao aparelho digestivo, pois inibe a produção excessiva de ácido no estômago, previnindo o aparecimento de úlceras. O milho inibe a ação de radicais livres, é anticancerígeno, antiviral e aumenta o estrogênio.
 
Tapioca - Sem recheio ou com recheios leves e saudáveis
 
Cuscuz - receitinha básica: 2 xícaras de farinha de milho flocada (eu uso milharina)
-1 xícara de água gelada
-1 colher (chá) de sal
Misture bem com uma colher ou com as mãos. Deixe hidratando por cerca de 10 minutos. Após o tempo de hidratação, coloque em cuscuzeiro para cozinhar, quando estiver durinho está pronto. Pode acrescentar legumes também.

Pipoca - uma maneira melhor e mais saudável de prepará-la: quatro ou cinco gotas de óleo - e aqui você pode usar o de canola - bastam para estourar os milhos. Mas vale aquecer o óleo primeiro na panela e depois colocar o milho. Ele estoura mais rápido. A margarina e a manteiga não são indicadas porque saturam mais rápido que o óleo, transformando-se na temida gordura trans. Quanto mais saturada, pior para nossa saúde.²

Batata doce - rica em carboidratos, contém ainda grande quantidade de vitamina A, além de vitaminas do Complexo B e sais minerais como Cálcio, Fósforo e Ferro. Na hora de prepará-la, cozinhe em água fervente em panela tampada e com casca. Assim você estará evitando que seus nutrientes se percam no cozimento. Pode ser servida amassadinha em potinhos ou em formato de estrelinha, quadradinhos, corações. Use a criatividade.


Salada de frutas - evite misturar as frutas doces com as frutas ácidas, por causa da digestão. Sugestão: banana, maçã, mamão, pêra e laranja espremida. Não precisa adoçar, mas se não tiver jeito, prefira mel ou acúcar mascavo.

Bebes:
Sucos variados, simples ou combinados, a gosto e escolha da criança.

Para os que não vivem sem guloseimas:
pé-de-moleque de soja
paçoquinha de soja
barrinha de cereais
Balinhas de agar-agar
Bananinha passa (sem acúcar)

Brincadeiras
Corrida das Frutas - Cada equipe terá uma árvore e suas frutas. Uma criança de cada equipe terá que correr e colar as frutas em sua árvore. O objetivo é ver quem consegue colar todas as frutas primeiro sendo assim o vencedor.

Dança da laranja - Um casal por equipe. Cada casal terá que dançar com uma laranja entre a testa dos dois com as mãos para trás. A equipe que derrubar a laranja sai da dança. O objetivo é ver que equipe consegue ficar mais tempo com a laranja na testa sem deixar cair.

Pesca da maçã - Sobre uma mesa, coloca-se uma bacia com água* e maçãs boiando. Cada participante deve colocar as mãos nas costas e inclinar-se sobre a bacia e morder uma maçã. Quem conseguir ganha um brinde. (*De preferência, usar água filtrada).
 
Corrida do ovo na colher - Marca-se um local de partida e outro de chegada. Cada corredor deve segurar com uma das mãos (ou a boca) uma colher com um ovo cozido em cima. Vence quem chegar primeiro ao local de chegada, sem derrubar o ovo. Se quiser variar, substitua o ovo cozido por batata ou limão.