terça-feira, 25 de maio de 2010

Obrigatoriedade de bibliotecas nas escolas

Entrou em vigor hoje, dia 25 de maio de 2010, a lei 12.244, que obriga escolas públicas e privadas a contarem com biblioteca no prazo máximo de 10 anos.

Segundo a lei, as bibliotecas deverão conter "coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura. Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento das bibliotecas escolares."
 
Penso que é um grande passo para o acesso de todos ao conhecimento, mas DEZ ANOS!? Muito tempo, né? Enfim, como diria Lulu Santos, "assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade..."

Fotos do arquivo pessoal

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Seus filhos são vegetarianos! O que eles comem, então?

Este é um questionamento que eu ouço com frequência.

Pra início de conversa, esqueça a idéia de que vegetarianos só comem salada. Tem muita gente que acha que vegetariano não pode nem comer doce. É sério! Aconteceu comigo em uma viagem, antes de engravidar. Eu havia informado à companhia aérea que era ovo-lacto-vegetariana - algumas companhias têm esse diferencial - e quando minha refeição chegou perguntei à comissária por que as outras pessoas ganharam sobremesa e eu não? Ela disse placidamente: "É porque a senhora pediu refeição vegetariana." (???) Fiquei imaginando se tratava-se de algum pudim de filé mignon, ou pavê de frango... vai saber... ou ela deve ter pensado: “Ah! Vegetariana, né? Que coisa feia! Vai ficar sem sobremesa!". Pelo menos eles poderiam ter me oferecido uma fruta, não é mesmo?

De um modo geral, sem querer adentrar em classificações, vegetarianos apenas excluem do cardápio alimentos que impliquem no abate de animais de qualquer espécie (boi, frango, avestruz, pato, peixe, crustáceos); no mais, comemos de tudo.

Minha maior preocupação com as crianças é oferecer alimentos saudáveis, variados para garantir-lhes um desenvolvimento adequado. Constantemente sou indagada sobre como substituo a carne na alimentação dos filhotes, pelo mito de que crianças necessitam das proteínas encontradas na carne para se desenvolverem adequadamente.

Além das proteinas, fico atenta ao cálcio, ferro, zinco, ácido fólico, vitaminas em geral e, sobretudo à vitamina B12, pois segundo estudos, nosso organismo absorve apenas a encontrada em alimentos de origem animal (carnes, ovos, leite e derivados); e sua deficiência causa a chamada anemia perniciosa, que podem provocar lesões irreversíveis no sistema nervoso. Por isso, mesmo oferecendo uma dieta equilibrada e balanceada, que inclui ovos, leite e derivados, as crianças fazem exames periódicos preventivos contra carência de quaisquer nutrientes. É melhor prevenir do que remediar.

Para uma alimentação de maior qualidade, dou preferência a alimentos integrais, frescos, não industrializados, não refinados e sem agrotóxicos. Também evito o sal e o açúcar. Quando não tem jeito, opto sal marinho moído e iodado e pelo açúcar mascavo ou mel. Longe de querer fazer papel de nutricionista, coloco abaixo uma lista de alimentos consumidos pelas crianças:

- Arroz integral (dou preferência pelo tipo cateto, uma nutricionista disse que era melhor, mas não me lembro porque, se alguém souber me fale) ou batata ou mandioca ou macarrão integral (os carboidratos não devem ser consumidos juntos, pois impedem a boa digestão)

- Leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico)

- Legumes (abóbora, abobrinha, cenoura, beterraba, chuchu, berinjela, couve-flor, repolho)

- Vegetais folhosos verde escuros (couve, salsinha, brócolis, espinafre, escarola)

- Proteínas (quinua, proteína texturizada de soja, tofú, glúten, ovo caipira)

Costumo elaborar o cardápio dos pimpolhos com pelo menos um item de cada grupo - exceto do grupo dos vegetais que coloco dois ou três ítens - de forma simples e bem colorida.

Nos lanches eles comem cuscuz, tapioca, mingau de aveia, flocos de milho, pão integral, pasta de tofu com cenoura, biscoitinhos integrais (aveia e mel, aveia e côco), barrinha de cereais, bolo feito com farinha integral e açúcar mascavo.

Ofereço suco pelo menos duas vezes por dia, tais como laranja ou maracujá com couve, manga, laranja, cenoura e beterraba, abacaxi com laranja, acerola, uva, e por aí vai. Ah! E água de côco, também. Preferindo sempre as frutas in natura, só em caso de viagem ou festinhas de aniversário é que dou suco de poupa ou de caixinha.

Não dou refrigerante, doce, bala, pirulito, chocolate, sorvete... estou adiando o máximo que eu puder, para que ele prefiram alimentos mais saudáveis quando forem maiores, sem falar nos males que essas guloseimas causam ao nosso organismo. Mas sobre isto falo depois.

domingo, 2 de maio de 2010

Vamos ensinar as crianças a comerem frutas?



A Brazos Nutricional, pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), divulgada em setembro de 2007, deixou análises preocupantes. Apesar das várias opções de frutas, legumes e verduras que o Brasil planta e exporta todos os anos, brasileiros não aproveitam essa riqueza de nutrientes. O estudo envolveu 150 municípios brasileiros e entrevistou 2.240 pessoas de todas as classes sociais e descobriu que o consumo de vitaminas e sais minerais está abaixo das recomendações em 90% da população.

Os vegetais, incluindo frutas, verduras e legumes, ainda são as melhores fontes de fibras, vitaminas e sais minerais essenciais para melhorar o bom funcionamento do organismo. Esses nutrientes, por serem calculados em miligramas e microgramas, são conhecidos como micronutrientes. São tão importantes para a saúde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Panamericana da Saúde (OPAS) concluíram que, pelo menos 60% das mortes em todo o mundo poderiam ser adiadas, ou mesmo evitadas, se as pessoas adotassem posturas mais saudáveis diante da vida, dentre elas, o consumo de no mínimo cinco porções (ou 400 gramas) dessa categoria de alimentos por dia. “Frutas e hortaliças são mais facilmente incorporadas ao cardápio, quando fazem parte dele desde a infância. Pais que normalmente não comem esse tipo de alimento, involuntariamente, transmitem esse hábito aos filhos”, diz a endocrinologista da Clínica Genesis, Silvia Hashimoto Toledo.

E por não apreciarem o sabor sutil das frutas, geralmente, eles não são criativos, não sabem como prepará-las ao gosto infantil, se contentam com a primeira alegação da criança de que não quer a maçã… E cedem à tentação do biscoito recheado, do salgadinho em pacote industrializado, da barra de chocolate… “Esses últimos alimentos são muito mais gostosos, pois são ricos em gordura, o ingrediente que faz tudo ficar mais saboroso. O sabor exacerbado dos alimentos industrializados faz com que a pêra pareça sem graça, sem atrativos. Logo, é na primeira infância que devemos lançar a semente dos bons hábitos alimentares, que vão assegurar um crescimento saudável. Não podemos perder esta chance única”, defende a endocrinologista Silvia Toledo.

Apresentando sabores

Embora a maioria das mães fique ansiosa para oferecer o primeiro suco de frutas para seus filhos, é sempre importante lembrar que os bebês devem ser alimentados, exclusivamente, com leite materno, pelo menos até o sexto mês de vida. Somente após essa idade é que o organismo estará pronto para receber outros alimentos”, explica a endocrinologista.

Assim, sucos, chás e água só devem ser oferecidos quando o bebê tiver completado seis meses de vida. “Apenas quando os bebês não estão evoluindo bem, apenas com o leite materno, outros alimentos podem ser introduzidos a partir do quarto mês”, diz Silvia Toledo.

A médica destaca que o mais importante é que os pais não ofereçam outro alimento para o bebê antes de ele completar quatro meses de vida, esteja ele se alimentando com o leite materno ou outro leite. “Como o sistema digestivo do bebê ainda não está preparado para receber essas substâncias, alguns problemas podem aparecer: alergias alimentares, intolerâncias, diarréias, anemia, desnutrição ou excesso de peso”, diz a médica.

Questão de estratégia

Para a frustração de muitas mães, geralmente os bebês não aceitam bem a introdução de novos alimentos em sua dieta e fazem caretas intermináveis ao provarem as primeiras frutas. “A rejeição é normal, pois sai de cena o leite e entram novos alimentos que têm sabores, cheiros e texturas diferentes das do leite materno. Com o passar dos dias, o bebê vai se acostumando e passará a aceitar melhor as frutas”, conta Ana Paula Mendonça, nutricionista da Clínica Genesis.

Ana destaca que “o mais importante é lembrar que a recusa - seja do suco ou da fruta raspadinha - é normal, aceitável e passageira”, diz. E diante de recusas, os pais devem oferecer outra fruta, que agrade mais o paladar do bebê. Não há restrições para as frutas que podem ser ofertadas aos bebês. “Só há restrições alimentares para os bebês que apresentam alergia ou que têm pais com alergias”, recomenda a nutricionista.

É importante que ao preparar as frutas e os sucos de frutas que serão oferecidos ao nenê, os pais tenham cuidado com a higienização adequada das frutas. O fato de não consumir a casca de algumas frutas não elimina a necessidade do completo processo de higienização. “É importante que no momento inicial da oferta de novos alimentos, as frutas não sejam misturadas, para não tornar esse aprendizado mais difícil. Os pais também não devem adoçar os sucos, nem com açúcar, nem com mel, que pode conter a toxina que causa o botulismo. Para introduzir esses dois alimentos, os pais devem esperar o bebê completar o primeiro ano de vida”, recomenda Ana Paula Mendonça.

Fonte: ATribuna - Mato Grosso, publicado em 16 de dezembro de 2009